Eis que nós amigos mais uma vez resolvemos semear amor e solidariedade por esses caminhos que a vida nos leva. Dessa vez fomos a um setor bem peculiar, no meio da Ceilândia chamado Sol Nascente. Nesse Sol Nascente não há muito o que se apreciar, assim como qualquer outro lugar que não condiz com uma realidade mais linear e elitizada, mas mesmo assim não deixa de ser um lugar que precisa de total atenção, contato e ajuda. A cidade ainda não conta com sistema de saneamento básico, entre outros problemas de infraestrutura. No Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população era de 56.483 pessoas. Com a nova marca, o Distrito Federal passa a abrir a maior favela do país à frente da internacionalmente famosa Rocinha.
E foi alí, no meio dessa localidade que detêm os piores indicadores de infraestrutura de toda a capital que decidimos pousar nossa nave de diversões. Levamos toda a alegria e disposição possíveis para a Casa de Apoio Os Pequeninos de Jesus que fica no coração do Sol Nascente. Chegando lá, já começamos a botar as mãos na massa e agilizar os processos para adocicar a tarde da criançada que estava a espera dessa páscoa adiantada. Páscoa que para muitos era novidade.
Foi uma tarde de muita aprendizagem e enriquecimento para todos os envolvidos nessa ação, não só pelo fato de seguir a diante com a corrente do bem, mas também por vivenciar experiências em locais e com pessoas que são favelizadas desde sua infância. Uma marca dessa favelização, é a acomodação da população de baixa renda na periferia, uma estratégia consciente da elite e do Poder Público para preservar o coração de Brasília, o Plano Piloto, “intocado e belo”. O “feio” é expulso para longe. “Como qualquer favela no País, as de Brasília não têm integração com a dinâmica da cidade. A ‘cidade rica’ precisa deles, mas não admite nem os quer por perto, visíveis. Eles são discriminados em todas as situações cotidianas.”
Acreditamos sim, que a conclusão dessa nossa ultima ação foi essa; de perceber o tanto que o abandono é marca da cidade e o teto é o consolo desse povo. Percebemos que o que fazemos é muito pouco, mas o suficiente pra trazer um suspiro de alívio momentâneo à Casa de Apoio Os Pequeninos de Jesus.
Texto e Fotos: Moisés Gonzaga